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SWU!

Se um dia eu terminar nessa de jornalismo mesmo, estou meio ferrada. A tal da necessidade de noticiar tudo o mais rápido o possível, porque senão aquilo “perde o valor”, “passa da conta” e outras besteiras do tipo me irritam. Eu gosto de falar depois, ué. Quando dá vontade. Oremos pelo nosso futuro incerto e possivelmente complexo, procrastinadores. Sem mais enrolação – porque já vai fazer uma semana – vou dizer o que achei do Starts With yoU.

 

Palco Ar e uma Letícia querendo trocar sua camisa xadrez com algum flanelado.

Com toda a ansiedade que me foi permitida em vida, esperei o dia 11 – o terceiro dos três dias de evento – com muita vontade de ver os shows das bandas Incubus, Queens of the stone age e Pixies. Sim, eu mal lembrava que ia rolar Linkin Park. Como minhas amigas já tinham ido nos dias anteriores, consegui me preparar para o frio mortífero que fez naquela Itu – nem vi nada gigante, nem a roda era gigante, pff – e também já estava ligada nos esquemas pra entrar e tudo mais.

Muita gente. Gente pra caralho mesmo. Consegui encontrar pessoas na maior cagada do mundo, as que eu menos imaginei que pudesse avistar entre a multidão. Tanta gente e tudo o que a gente queria era um bom lugar para ver os shows. Antes de falar deles, inclusive, cabe dizer como faltou segurança lá. Não é nem porque tive o celular roubado por um cara de pau do inferno. Mas o processo de revista corporal e das bolsas, era muito mal feito, desorganizado e tal. Eu saquei o que qualquer pessoa mal intencionada poderia sacar em segundos – esquemas pra entrar com a minha Magnum mesmo (muito pesada pra levar na bolsinha).

Fora isso e as incansáveis filas pra qualquer coisa, menos pro banheiro, que tinha bastante, não preciso reclamar de muita coisa. Até pra ir embora depois dos shows foi tranquilo, porque no terceiro dia eles “costumam” resolver o que deu errado nos primeiros e patatipatatá. Depois de ouvir Mombojó cantando a música da minha vida, canalizei minhas expectativas para o show do Incubus – que é muito mais do que o gostoso-delicioso-e-múltiplos-talentos-e-vocalista Brandon Boyd. Foram os 60 minutos mais lindos desse ano.

*eu queria vídeos melhores desse show*

A sensação era de que era o último show da banda e que por isso foram de toda alma e coração. Foi tão bom, que me paro, constantemente, vagando e lembrando de momentos do show. Depois de um atraso considerável, o Qotsa entrou pra acabar com o que restava das minhas pernas e do meu fôlego. Foi uma sequência inicial destruidora e só faltou mais uma meia hora de show pra ser mais sensacional o possível.

Eu queria tanto! ver Pixies – mas a galera queria ver Linkin Park, então acabei ficando longe do palco e num lugar em que ninguém respeitava a banda. Tive que ficar aplaudindo as músicas sozinha e ouvindo gentinha dizer: saiam logo daí, seus merdas e por aí vai. Eu ri por dentro quando eles voltaram pro bis. As pessoas deveriam ser mais educadinhas e cabeça musicalmente aberta pra ir num festival desses, né? Tipo eu, que curti o show do Cavalera na mesma proporção em que não gostei do Yo La Tengo.

 

Torre construída com latas de Heineken.

Os caras do Linkin Park mandam bem pra caramba, o show é todo espetáculo e tal, mas eu já estava esgotada demais pra me animar além das Numbs da vida. Sobre esse esgotamento, inclusive, não sei como a galera que foi nos três dias conseguiu sobreviver – ou se fizeram um preparo físico completo antes. A pedrada é forte demais. Só ontem consegui andar sem parecer que fui atropelada por duas mobiletes.

E o que ficou? Uma vontade imensa de ter isso todo dia, de me infiltrar na equipe do Incubus e cair em turnê com eles, de que o festival volte a acontecer, só que mais organizado, num lugar mais próximo, talvez. Até numa carreira de groupie deu pra pensar. Pelo menos cobrir festivais musicais. É, acho até que eu noticiaria tudo o mais rápido o possível. Aí, eu sinto que eu não mereço outra vida, a não ser a de uma rockstar

 

Nós quase congelamos no final, mas valeu cada segundo.

Foto do palco Ar e da torre de Heinekens: Beto Carlomagno. Outras fotos: anônimos.

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